I Brainstorming BEN - Programação das Apresentações
No 1º Brainstorming do biotério (28, 29 e 30/11/2013 em Manaus), houve discussões multidisciplinares envolvendo estudo do comportamento da linha
lateral nanoestruturada de peixes do gênero Paracheirodon (axelrodi, innesi e
simulans), com vistas à biomimetização, e avaliação do impacto de materiais
nanoestruturados no meio ambiente utilizando a nanoestrutura desses peixes como
bioindicador.
Quinta-feira, 28 de Novembro de 2013 – Sede da
SUFRAMA – Manaus
08h30 - Abertura dos
trabalhos – Petrus Santa Cruz (UFPE). Presença de Hernan Valenzuela
(Fraunhofer-ENAS), Massayoshi Yoshida (CBA), Bárbara Requião de Lima
(PNPC/ABIN) e apresentações de 10 minutos de cada participante, com linhas de
pesquisa que possam integrar projeto multidisciplinar através do BEN-UFPE, com
os primeiros experimentos a serem executados em 2014 no âmbito da Rede Nanobiotec-Brasil
(CAPES):
1) O
Biotério de Espécies Nanoestruturadas BEN – bioindicadores e biomonitores nanoestruturados
com vistas a nanodispositivos bioinspirados – Petrus Santa Cruz (DQF-UFPE)
Resumo: Apresentação do BEN-UFPE como laboratório multiusuário para
experimentos envolvendo espécies (inicialmente peixes) que apresentem
nanoestruturas que possam atuar como bioindicadores, em particular para
monitoramento do impacto das nanotecnologia no meio ambiente, no âmbito da Rede
36 do Programa Nanobiotec-Brasil (CAPES). O início das atividades do biotério
se dará com a formação de equipe multidisciplinar para o estudo da linha
lateral nanoestruturada de peixes do gênero Paracheirodon, mecanismos de
motilidade da nanoestrutura e impacto da presença de diversos materiais
nanoestruturados como contaminantes na água. Em 2014, experimentos nesta PRIMEIRA FASE, permitirão
a avaliação dos efeitos destes contaminantes na nanoestrutura desses indivíduos,
e também deverão ser acompanhados de abordagem histopatológica, comportamental
e genotóxica. Numa SEGUNDA FASE, os resultados serão avaliados para estudo da
viabilidade de desenvolvimento de nanodispositivos bioinspirados.
2) Estudo do comportamento de peixes
nanoestruturados - Ana Luchiari (Departamento
de Fisiologia, UFRN)
Resumo:
Peixes do gênero Paracheirodon apresentam algumas características
peculiares que os tornam modelos ideias para o estudo do funcionamento da linha
lateral e permitem sugeri-los como bioindicadores. Os animais pertencentes ao
grupo dos Ostariophysi possuem células club em sua epiderme, o que permite a
sinalização através de substancia de alarme para conspecíficos e a formação de
cardumes altamente organizados. Ademais, os peixes Paracheirdon podem
comunicar-se através de mudanças da colocação do corpo, já que possuem
microestruturas móveis produtoras de cores. Diversas condições estão implicadas
nas alterações de cores e movimentos relacionados à linha lateral que ainda não
estão claros na literatura atual. Dentre elas, o reconhecimento do grupo, a
formação de cardume e as resposta de alarme requerem relação intima entre o
funcionamento da linha lateral e a manutenção das cores corporais, guiados pelo
sistema neurovegetativo e áreas cerebrais superiores. A presença de
nanopartículas no ambiente natural destes animais pode gerar alterações comportamentais,
estruturais e fisiológicas que, a curto ou longo prazo, podem provocar impacto
de escala ainda não conhecida. Desta forma, torna-se importante o investimento
em pesquisas que abordem as modificações comportamentais causadas por
nanopartículas e o potencial do gênero Paracheirodon como biomarcador para
estes compostos.
3) Técnicas para mapeio de ativação
neuronal: estado da arte - Sidarta Ribeiro (Instituto do Cérebro, UFRN)
Resumo: A
investigação do efeito de nanopartículas sobre o comportamento animal tem muito
a se beneficiar do uso de técnicas para a investigação da atividade neuronal.
Duas vertentes serão apresentadas: mapeio da expressão de genes imediatos e
registros eletrofisiológicos extracelulares. As vantagens e desvantagens desses
métodos serão comparadas, com vistas à aplicação em peixes.
4) Biotério
de Espécies Nanoestruturadas: Paracheirodon axelrodi – José Lúcio Bezerra Júnior (UFPE)
Resumo: A fauna de peixes de água doce neotropicais é
a mais rica e diversificada do planeta, contendo 71
famílias, várias centenas de gêneros e, aproximadamente, 6.000 espécies. É uma
ictiofauna dominada, tanto em termos de diversidade taxonômica quanto em biomassa,
por peixes da superordem Ostariophysi (série Otophysi), que alcançam
aproximadamente 73% das espécies descritas, divididas primariamente entre as
ordens Siluriformes (15 famílias e aproximadamente 37% das espécies) e
Characiformes (14 famílias e aproximadamente 33% das espécies). A família
Characidae (família dos tetras) é a maior da ordem Characiformes, contendo 65%
das 1.460 espécies da ordem, com aproximadamente 86% de suas espécies sendo de
porte pequeno (menos de 15 cm de comprimento padrão, quando adultas), habitando
pequenos corpos de água como os riachos e cabeceiras, ambientes esses que, em
razão de seus graus relativamente elevados de riqueza e endemicidade, além da
fragilidade de suas ictiofaunas frente a ações antrópicas deletérias, devem ser
objeto prioritário de inventários e também de medidas visando sua preservação e
uso sustentável. Dentre os gêneros de Characidae, Paracheirodon é aquele que apresenta
características peculiares, como sua linha lateral contendo iridóforos, que
imprime aos indivíduos sua distinta coloração “neon”, graças às nanoestruturas
ali contidas. Nesta primeira reunião de grupo, serão apresentadas as três
espécies do gênero Paracheirodon,
com destaque para a espécie P.
axelrodi, que será objeto do estudo do Projeto Nano-neon.
5) Estudo
da variabilidade genética do Cardinal (Ostariophysi: Characiformes:
Paracheirodon axelrodi) na bacia do rio Negro - Jorge Ivan Rebelo Porto
(INPA/COAE/NAPPA-Santarém)
Resumo:
O cardinal (Paracheirodon axelrodi) é uma espécie de pequeno porte (2 -
3 cm), que apresenta um ciclo de vida curto de aproximadamente dois anos. Esta
espécie pode ser encontrada nos tributários do alto e médio Rio Negro, no
Brasil, e nos tributários do Rio Orinoco, na Colômbia e na Venezuela. Desde
1950, os cardinais vêm sendo coletados para fins comerciais ao longo de sua
distribuição natural, principalmente nos municípios de Barcelos e Santa Izabel
do Rio Negro, no Amazonas. Esta espécie é um dos caracídeos mais exportados da
região amazônica, responsável por 80% do total de peixes ornamentais
comercializados na região, sendo considerada uma atividade de subsistência das
populações ribeirinhas. Embora a importância sócio-econômica dessa espécie seja
notória, o cardinal carece de um plano de manejo e conservação. Há décadas a
identificação de padrões genéticos tem servido de base para a definição de
estoques, na seleção de áreas de preservação e na definição de políticas de
manejo e conservação de peixes. Com base no conjunto de dados genéticos
(microssatélites, DNA mitocondrial e DNA nuclear) obtidos, podemos afirmar que:
1) O cardinal apresenta níveis consideráveis de variabilidade genética tendo
como base os parâmetros de diversidade gênica, índice de fixação,
heterozigosidades observada e esperada. 2) Detectou-se uma sutil estruturação
populacional que pode ter sido ocasionada por eventos históricos climáticos ou
pela intensa exploração. 3) O rio Negro parece não estar atuando como barreira
física de isolamento populacional, uma vez que não foi encontrado diferenciação
entre as populações da margem direita e esquerda do rio Negro. 4) A análise da
variabilidade temporal (1999 e 2005) nas amostras populacionais dos rios Tea,
Urubaxi e Cajarizinho mostraram que não houve perdas de diversidade genética e
de heterozigosidade ao longo do tempo.
6) Papel
dos canais iônicos no fenômeno de iridescência em Paracheirodon innesi -
Cláudio Gabriel (DBR-UFPE)
Resumo: O
volume é uma característica especial inerente a cada célula e de fundamental
importância fisiológica. Mudanças de volume estão relacionadas a diversos
processos fisiológicos celulares, por exemplo, uma diminuição no volume pode
levar a apoptose, enquanto que seu aumento, à proliferação celular. Variação no
volume celular é um sinalizador presente em numerosas funções, deste modo, a
manutenção do volume celular adequado pode ser considerada uma condição sine qua non para a vida da
célula. A osmose é responsável por causar alterações no volume
celular devido à passagem de água pela membrana plasmática, quando há
diferenças de concentração de substâncias entre o meio intracelular e o
extracelular. Nesta perspectiva pretendemos analisar usando técnicas
eletrofisiológicas quais canais e transportadores estão envolvidos no processo
de controle do volume celular em iridócitos e como eles participam no fenômeno
da iridescência do Paracheirodon innesi.
7) Importância
do estabelecimento de cultura células do Paracheirodon innesi - Windly Cardoso Gaião (UFPE)
Resumo:
O entendimento do controle da
iridescência no Paracheirodon Innesi é crucial para o desenvolvimento de
materiais biomiméticos. Os estudos da iridescência no Paracheirodon inessi têm
sido realizados em amostras de tecido (tira de pele), implicando obviamente no
sacrifício de alguns exemplares desta espécie que já se encontrar em via de
extinção em alguns habitats. Deste modo pretendemos estabelecer uma cultura de
iridócitos, como modelo para o estudo dos eventos fisiológicos a nível celular
responsáveis pela iridescência, e adicionalmente contribuir para preservação do
Paracheirodon innesi.
8) Simulação Biomolecular Aplicado à
Proteômica - Roberto Lins (DQF-UFPE)
Resumo: A modelagem molecular tem sido
predominantemente utilizada para caracterização de propriedades específicas de
um dado sistema. Nesta apresentação, será demonstrado como técnicas de
biofísica computacional podem ser aplicadas para endereçar problemas globais e
de valor preditivo. Tal abordagem será ilustrada através da engenharia de
proteínas artificiais carreadoras de epítopos de HIV-1 e da identificação
massiva de peptídeos trípticos a partir de dados de espectrometria de massas.
9)
Simulação computacional da interação de quitosana com contaminantes
aquáticos - Keila Cunha (UFPE)
Resumo: A
quitina é um biopolímero natural e muito abundante, sendo um dos principais
componentes do exoesqueleto de artrópodes. O seu derivado de maior importância
é a quitosana que, dentre outras características, apresenta eficiência na
adsorção de diversos contaminantes aquáticos, especialmente íons metálicos.
Nesta apresentação será demonstrada como a Dinâmica Molecular contribui na
investigação das variáveis que influenciam a interação entre a quitosana e os
íons divalentes cobre e cádmio.
10) Uso
de marcadores moleculares de estresse na avaliação da toxicidade do efluente de
estação de piscicultura tratado através de processos oxidativos avançados - Jaqueline
Silva (UFAL)
Resumo:
O grande potencial hídrico brasileiro torna aqüicultura uma atividade econômica
em expansão, sobretudo na região nordeste, cujo clima é propicio para uma
produtividade continuada ao longo de todo o ano. Os métodos mais simples para a
redução da carga de poluentes produzido num viveiro de cultivo consistem na retenção
da fração de água concentrada durante a despesca, sem a completa drenagem do
viveiro entre os sucessivos ciclos de produção. Além disso, alternativas
consiste no tratamento do efluente gerado através da utilização de peixes
filtradores ou uso de macrófitas aquáticas para a redução da carga de
nutrientes. Contudo, não é totalmente eficiente para eliminar todos os
poluentes presentes no efluente, especialmente para várias substâncias químicas
que são utilizadas para o controle de parasitas, doenças e processos de
reversão sexual. Embora essas substâncias não interfiram no desenvolvimento dos
peixes, muitas destas são refratarias ao tempo e aos processos de tratamento de
efluentes convencionais, e podem se acumular nos corpos receptores afetando
alguns crustáceos, sendo transferidos ao longo da cadeia alimentar para os
peixes. Esse projeto visa avaliar a toxicidade letal e subletal do efluente
tratado, sobre duas espécies de peixes o Neon cardinal (Paracheirodon
axelrodi Myers, 1936) e Tilápia do Nilo (Oreochromis
niloticus Linnaeus, 1857). Parte fundamental deste projeto será a
avaliação dos biomarcadores moleculares e bioquímicos. Para tal será avaliada a
eficiência de processos oxidativos avançados no tratamento de efluente gerado
por uma estação de piscicultura, quanto à toxicidade, expressão de proteínas
marcadoras “heat shock” (hsp70 e 90) e ação sob as enzimas do estresse
oxidativo tais como Superoxido dismutase (Cu-Zn SOD), Catalase (CAT) e
glutatione peroxidase (Se-GPx) em Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus Linnaeus,
1857) revertida sexualmente e em Neon cardinal.
11) Emprego de biomarcadores na avaliação
do impacto de nanoparticulas em ambientes aquáticos - Sônia Salgueiro
Machado (IQB - UFAL)
Resumo: As
interessantes aplicações dos nanomateriais (NMs) têm despertado grande atenção.
As propriedades únicas dos NMs possibilitam diversas aplicações tais como:
nanovacinas e nanofármacos. Contudo nosso conhecimento é limitado acerca da
bio-compatibilidade e riscos à exposição à nonoparticulas. Pouco se conhece
acerca dos mecanismos moleculares de interação nanoparticula-sistemas
biológicos. Estudos indicam que devido a suas dimensões e a alta taxa
superfície-massa, os NPs podem interagir com biomoléculas como proteínas,
ácidos nucléicos e produtos do metabolismo celular. As proteínas são
polipeptídios com uma conformação definida e uma carga superficial dependendo
do pH e força iônica do ambiente onde exercem sua atividade biológica.
Variações nestas condições ambientais podem resultar em mudanças
conformacionais e consequente perda de atividade. Ultimamente tem crescido o
interesse no entendimento da adsorção de proteínas em superfícies
nanoparticuladas. Estudos toxicológicos indicam que nanoparticulas podem entrar
no corpo e serem tóxicas a organismos como animais, plantas e bactérias. Até
recentemente, maioria do conhecimento da toxicidade de NPs e NMs era com
estudos com mamíferos; tendo sido demonstrado que nanopartículas de prata podem
atravessar a barreira hemato-encefálica de ratos. Todavia, mais recentemente
tem crescido o interesse em estudos de toxicidade letal e sub-letal de NPs em
animais aquáticos (peixes, invertebrados, mariscos). Acetilcolinesterase-AChE é
uma enzima chave presente no cérebro, músculo e plasma. AChE é responsável pela
terminação das sinapses colinérgicas do sistema nervoso central e periferal de
vertebrados. Acetilcolinesterase de peixes vem sendo bastante empregada como
biomarcador no monitoramento de pesticidas em sistemas aquáticos. A literatura
reporta preliminares estudos mostrando que nanoparticulas podem inibir a
atividade de AChE. Conseqüentemente, nanoparticulas podem ter neurotoxicidade e
AChE pode ser um biomarcador para nanopartículas.
12) Nanoestruturas
de Carbono dopadas com Nitrogênio - Fernando Rodriguez Macías
(IPICYT-México/ UFPE)
Resumo:
A química superficial das nanoestruturas de carbono é muito importante na
interação com o ambiente, e também em interações com seres vivos, pois afeita a
solubilidade em água e a reatividade. O dopagem com nitrogênio faz nanotubos
mais solúveis em solvente polares e alguns estudos tem mostrado que os
nanotubos dopados com nitrogênio também são mais biocompatíveis que os
nanotubos de carbono puro. Propomos ampliar os estudos de biotoxicidade de nanoestruturas
de carbono para incluir comparação com nanotubos dopados, incluindo nanotubos
de uma parede que estaremos sintetizando nos laboratórios do DQF da UFPE.
13) Funcionalização
de nanotubos de carbono e transformação em nanofitas - Yadira Vega Cantú (IPICYT-México/
UFPE)
Resumo: Nesta apresentação falaremos
dos métodos utilizados para funcionalização covalente de nanotubos de carbono e
como podem ser utilizados para a produção de nanofitas de carbono. A
funcionalização é usada para modificar compatibilidade de nanomateriais de
carbono em matrizes de compósitos, pois muda a química e reatividade da
superfície. Então os estudo de nanotubos funcionalizados pode ser muito
importante em sua toxicidade ambiental e biológica.
14) Bio-conjugados de nanotubos de carbono – Jorge
Luiz Neves (DQF-UFPE)
Resumo:
Aplicação de nanotubos de carbono tem despertado grande interesse para
aplicações biotecnológicas. Neste contexto é proposto neste trabalho a
conjugação de proteínas a nanotubos de carbono visando reduzir a toxicidade e
direcionar a ação destes agentes moleculares em modelos in vivo.
15) Artemias salinas como alimentos
vivos funcionalizados para vetorização de nanotubos de carbono em peixes do
gênero Paracheirodon: Estudos preliminares - Elaine Vaz (UFPE)
Resumo:
O trabalho aborda uma estratégia para utilização de Artemias Salinas como
vetores de nanotubos de carbono em peixes do gênero Paracheirodon. Estudos
preliminares envolvem a análise da incorporação de nanotubos de carbono
funcionalizados nas artemias, além disso, as caracterizações químicas e
morfológicas desta incorporação estão sendo investigadas para entender como as
artemias estão sendo afetadas para posteriormente vetorizar os nanotubos aos
peixes. Um protocolo para incorporação está sendo estabelecido e os resultados
obtidos demonstram que concentrações baixas de nanotubos de carbono não causam
mortes significativas com característica de melhor desenvolvimento da artemias
em função da funcionalização.
16) Síntese
de nanopartículas de Ag(0), Ni(0) e Mn(0) pelo processo bottom-up: tamanho e
solubilidade em água - Ricardo Schneider (UTFPR)
Resumo: O uso de materiais nanoparticulados
torna-se cada vez mais comum em nosso cotidiano, resultando em melhorias nas
áreas de saúde, alimentação, sensoriamento e importantes aplicações em ramos
que estão diretamente envolvidos com o meio ambiente. Associado aos benefícios
que a nanotecnologia apresenta surge o problema dos efeitos nocivos destes
materiais principalmente em parâmetros de qualidade de água e suas implicações
nos seres vivos. A detecção, identificação, quantificação e toxicidade de
nanopartículas é importante para avaliação dos efeitos dos materiais
nanoestruturados no meio ambiente.
A
matriz vítrea baseada em fosfato permite a síntese e controle do tamanho das
nanopartículas pelo processo bottom-up. As nanopartículas
podem ser removidas por imersão do substrato em água que permanecem
estabilizadas. A proposta busca avaliar o efeito das nanopartículas metálicas
no biotério de peixes buscando assim informações sobre os efeitos do tamanho e
tipo do metal nas bioestruturas, bem como as implicações da dosagem destas
nanoestruturas.
17) Processos
de Bioacoplamento entre Pontos Quânticos Fluorescentes de Telureto de Cádmio e
Imunoglobulina G Humana – Aluízio Brasil e Kilmara Carvalho (UFAM/UFPE)
Resumo:
Protocolos de bioacoplamento foram desenvolvidos entre pontos quânticos (PQs)
do tipo II-VI e Imunoglobulina G humana (IgG). O material inorgânico consiste
em nanopartículas fluorescentes do semicondutor telureto de cádmio (CdTe) obtidas
por química coloidal (método bottom up), sendo o
material nanoestruturado preparado em meio aquoso com o emprego dos agentes
estabilizantes, cisteína (cis) e cisteamina (Ctm). A biomolécula selecionada
foi empregada como sistema modelo pelo fato de ser amplamente estudada e
descrita na literatura, bem como pelo fato desses bioconjugados PQs-IgG
viabilizar futuros bioensaios. Os PQs de CdTe/Ctm e CdTe/Cis foram empregados
em processos de conjugação com imunoglobulina G humana, utilizando como
mediadores os agentes de acoplamento sulfosuccinimidil 4-[N-maleimidometil]
ciclohexano-1-carboxilato (Sulfo-SMCC), e os agentes de comprimento zero EDC
[Cloreto de 1-etil-3-(3-dimetilaminopropril) carbodiimida] e Sulfo-NHS
(Sulfo-hidroxisuccinimida). Os bioconjugados foram submetidos a caracterizações
ópticas, e a eficiência do processo de bioacoplamento foi avaliada por meio de
ensaios de detecção de fluorescência em microplacas negras de poliestireno.
18) Implementação
de sistema de monitoramento automático em fluxo, para determinação de amônia em
águas de aquários - José Fernando
Dagnone (UFPE)
Resumo:
Em sistemas de aquicultura de recirculação de água e aquários o acúmulo
de amônia, que é um dos produtos finais do metabolismo de proteínas em seres
aquáticos, deve ser evitado devido a sua toxicidade aos peixes e organismos
aquáticos. Este trabalho tem por objetivo o desenvolvimento e a implementação
de um sistema de monitoramento automático em fluxo, para determinação de amônia
em águas de aquários.
19) Atuação dos de Laboratórios de Saneamento Ambiental (LSA) e de Engenharia Ambiental (LEA-CAA) da UFPE – Lourdinha Florêncio (CTG-UFPE)
Resumo: Os Laboratórios de
Saneamento Ambiental (LSA) e de Engenharia Ambiental (LEA-CAA) desenvolvem
trabalhos técnicos na área de tratamento de águas residuárias principalmente
com uso de processos anaeróbios, objetivando a melhoria da infra-estrutura de
saneamento básico e recuperação ambiental de baixo custo, como também do
possível reúso de subprodutos (lodo e água) para aplicação em agricultura. Os
docentes do LSA participaram de todos os editais do Programa PROSAB na área
temática 2 – ESGOTO. O LSA tem convênios com a COMPESA e URB-Recife, para o monitoramento
da ETE Mangueira, com a empresa Fibra Revestimento Ltda, para monitoramento de
reatores modulares visando à aplicação para tratamento de esgotos domésticos de
comunidades de pequeno e médio porte e com a CHESF para a implantação e
monitoramento de 6 módulos de irrigação com esgotos tratados em reatores
anaeróbios e lagoas de estabilização na área de Xingó (semi-árido). O LSA
participa de rede de pesquisa do CT-Petro, voltado para tratamento de resíduos
liquidos e biorremediação de compostos da cadeia produtiva do
petróleo. Os pesquisadores do LEA (Campus de Caruaru) tem ampliado a
experiência na área, com a instalação de unidade experimental em indústria de
Caruaru, desde 2007. Recentemente, a pesquisadora Sávia Gavazza retornou de
pos-doutorado na Universidade de Cornell e traz a experiência de trabalhar com
eletrodos para implantar no LEA. As linhas transversais de interação com o
biotério residem na realização de bioensaios de avaliação da toxicidade de
micropoluentes, muitos deles tóxicos e carcinogênicos. Ainda se vislumbra a
possibilidade de desenvolvimento de nanosensores para detecção de
micropoluentes, além da aplicação em campo dos nanosensores, em comparação com
as técnicas tradicionais de detecção.
20) Indicadores
de qualidade da água para os sistemas de tratamento de águas residuais e
abastecimento de água - Sávia Gavazza (CAA/UFPE)
Resumo:
Alguns poluentes que estão
presentes em águas, sejam residuárias, de abastecimento ou de reúso, em baixas
concentrações, na ordem de micro ou nano gramas por litro. Dentre os
micropoluentes, destacam-se os fármacos, representados pelos resíduos de
medicamentos, como antibióticos e anticoncepcionais; os desreguladores
endócrinos, que causam disfunções endócrinas em seres humanos e estão presentes
em inseticidas, herbicidas, fungicidas, nematocidas e outros compostos químicos
com aplicações diversas; e as cianotoxinas (ex. saxitoxinas, microcistinas),
liberadas a partir da lise celular de algumas cianobactérias. É grande o
desafio em detectar e quantificar tais poluentes, que mesmo presentes em baixas
concentrações são capazes de provocar importantes efeitos adversos. A
ocorrência de tais contaminantes no ambiente decorre do fato de eles passarem
incólumes por sistemas convencionais de tratamento de águas de abastecimento e
de águas residuárias. Dada a dificuldade de quantificação e ampla variedade de
micropoluentes alguns compostos foram escolhidos para servirem como indicadores
da presença de determinado tipo de contaminação. A cafeína servirá como
indicador de poluição de origem doméstica, servindo como marcador indireto para
fármacos e desreguladores endócrinos; a microcistina, será utilizada como
indicador da presença de cianotoxinas; enquanto o ácido sulfanílico servirá
como indicador de contaminação por efluentes industriais contendo azo-corantes
e seus subprodutos, tal qual o efluente têxtil.
12:00 h - Encerramento das apresentações.
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